domingo, 11 de janeiro de 2009

O que há de errado com o mundo?

Heber de Paula P.

Será que as coisas andam como deveriam andar? Será que estão como deveriam estar?
Eu acordo e já sei o que vou ouvir no noticiário: violência, corrupção, terremotos, ciclones e tsunamis. Sei que de vez em quando sou surpreendido por uma noticia nova, não é todo dia que um pai joga a filha pela janela do edifício, não é sempre que uma mãe joga o filho recém-nascido, no rio ou numa lata de lixo, também não é todo dia que alguém sai atropelando pessoas, desce do caminhão e sai desferindo golpes de faca em quem encontram pela frente. Será que tudo deveria ser assim?
De tempos em tempos uma nova doença aparece, uma nova epidemia assusta todo mundo e dizima muitas vidas até ser “controlada”. De 1980 até 2007 foram notificados mais de 474 mil casos de aids no Brasil.
O terremoto na china matou quase 80 mil pessoas, em Myanmar, mais de 70 mil pessoas morreram depois que um ciclone atingiu a região.
Será que isso é normal? Será que devemos nos acostumar com tudo que vem acontecendo ultimamente?
A verdade é que já estamos nos acostumando com muita coisa que não era comum há algum tempo. Esse bombardeio de noticias que recebemos todos os dias, acabam nos deixando insensíveis. O que era chocante agora é comum, é rotina. Eu sei que no jornal de amanhã terá noticias de assassinatos, violência e de corrupção. Só não quero ser surpreendido por uma noticia fora do “comum”, algo que ainda consiga chocar a população.
Por que será que tudo anda meio fora do lugar? Por que será que tudo é tão imprevisível, por que as coisas não seguem a ordem que seguiam há pouco tempo atrás?
Desde sempre, as coisas sempre mudaram, a diferença é que cada vez mais acontecem mais mudanças em menos tempo. E mudanças geram mudanças. Não da para se fazer predições, não da para imaginar onde estaremos daqui a alguns anos. A julgar pela historia, pelos fatos, não da pra ser muito otimista quanto ao futuro. Mas eu quero me surpreender.
Não se pode fechar os olhos frente aos progressos da humanidade. A expectativa de vida de vida vem crescendo nos países em desenvolvimento. Tudo bem que as desigualdades sociais também crescem. É um mundo cheio de contrastes. Extrema riqueza ao lado de miséria desumana. Indiferença é o pão de cada, o pão digno é escasso. Há fartura de pão, o pão que o diabo amassou. Sei que não se pode perder a esperança, mas não é fácil acreditar quando os dados mostram-se negativos. Existem muitos bons exemplos que nos ajudam nessa tarefa. As constantes chuvas no final de 2008 que caíram sobre o sul do Brasil, mobilizaram grande parte do país. Muitas foram as doações e alimentos, roupas e dinheiro. Várias pessoas viajavam nos fins de semana até Santa Catarina para ajudar a organizar e distribuir as doações. Essas ações renovam as esperanças de um mundo menos desigual, onde vale a vida. Onde as pessoas amem ao próximo como a si mesmo. Sem preconceitos, vendo em cada pessoa, seu irmão, seu pai, sua mãe, seus avós. É preciso acreditar em um mundo melhor. É preciso ter coragem para denunciar as injustiças, a opressão. É preciso ser a voz dos que não podem falar, proteção para os que não podem se defender. Eu sei, há amor no mundo ainda, amor puro e sem interesse. Enquanto houver amor, há esperança.

domingo, 4 de janeiro de 2009

ACORDEI DURANTE A NOITE...

Heber de Paula P.

Essa noite choveu. Acordei de madrugada com o som da chuva, fechei um pouco a janela de modo que pudesse ver e ouvir a chuva, mas que ela não molhasse muito o meu quarto. O som da chuva é a melhor canção de ninar e os respingos no meu rosto, um afago sublime da mãe natureza. Estava escura ainda, a luz natural da noite é melhor que a meia luz do abajur. Ao reparar essas coisas, fecho logo os olhos e começo a sentir, sentir mais fundo a noite e o escuro. Ouvir os sons no silencio, vários sons que, juntos formam a maior orquestra da terra. As gotas de chuva, cada uma delas num ritmo diferente e de acordo com a intensidade, mudam o tom. Em cada folha que cai, produz um som diferente, assim como, em cada terreno. O vento nas folhas, as folhas nas árvores, executam a mesma sinfonia. Qual será o nome dela? Quem a compôs? Desde quando existe? Genial! O vento agora balançou minha janela, um tom dramático tomou conta da melodia. O que estará acontecendo? Tempestade? Desespero? Agonia? Sofrimento? Não sei, essa musica é complexa demais. As cortinas balançam e produzem uma sombra na parede branca do quarto. Elas dançam de acordo com a musica! Quem é o responsável por essa peça? Quem criou esses passos que com extrema perfeição as cortinas dançam sem parar? Elas dançam em sintonia com a correnteza que a água formou e vai deslizando rua a fora até chegar não sei onde. Quero pegar no sono de novo. Essa canção de ninar acabou me envolvendo. Essa musica é infinita. De manhã começa outra parte da peça, o sol radiante e seu brilho dourado. Ou será a manha cinzenta com “ar de preguiça”? Não sei qual será a próxima peça, mas uma coisa eu sei, será genial! Estou ansioso, por isso vou dormir para acordar.