quarta-feira, 9 de junho de 2010

Onde foi parar o lugar que eu sentia?

Heber de Paula Pereira
Sinto saudades do tempo em que morava com Deus, quando acordava ele vinha ate a minha cama, sorria para mim e dizia o quanto me amava.
Sinto saudades de suas mãos em minhas mãos me erguendo da cama e me abraçando. Seu cheiro é único e inconfundível, não há nada semelhante no mundo. O carinho com que tocava meu rosto, o jeito de olhar e ver toda a minha admiração, enquanto me olhava não conseguia pensar em nada. Seus olhos transbordavam amor e compaixão como se ali fosse a fonte disso tudo.
Ah, aquelas manhãs na casa de Deus jamais esquecerei, como sinto falta daquele lugar agradável, onde o tempo não existe, onde nunca estou só.
Onde fica esse lugar? Onde fica pra que eu volte correndo pra lá e nunca mais me afaste? A saudade é um buraco no meu peito que sempre dói. Sinto-me tão longe agora, e tão só também. Aquela casa tão colorida, tão cheirosa e cheia de abraços. Preciso voltar correndo. Mas uma coisa me impede. Pra morar lá tenho que ser criança. Tenho que deixar pra traz as tolices de adulto. Tenho que esquecer tudo que sei e voltar a brincar. Brincar no chão, na chuva, na terra. Brincar com carrinhos e bola, subir em árvores, e sorrir no embalo do balanço, brincar como se não existisse amanhã, como se hoje fosse o único dia. Tenho que deitar no chão da casa e ficar olhando pra cima ouvindo a musica que está tocando. Pra morar nesse lugar tenho que deixar de fazer planos, de me preocupar com o que vou comer, vestir...
Onde está? Onde foi parar o lugar que eu sentia?

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